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Brasil tem mais jovens que trabalham do que estudam, diz estudo da OCDE

Enquanto os dados sobre estudo preocupam OCDE, o país apresenta uma das menores taxas de desemprego

rosspetukhov De acordo com os dados, 76% dos jovens entre 20 e 24 anos estão longe dos estudos.

O relatório Education at a Glance 2015: Panorama da Educação, lançado recentemente pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), revelou que o Brasil tem o maior índice de jovens que não estão estudando, em comparação com os demais países.

A publicação, que oferece dados sobre a estrutura, o financiamento e o desempenho de sistemas educacionais, revela dados de 46 países, sendo 34 membros da OCDE, países parceiros e do G20.

Os dados mostram que 76% dos jovens entre 20 e 24 anos estão longe dos estudos, enquanto a média mundial é 54%. A maior parte (52%) desses jovens, no entanto, está trabalhando, sendo o índice de emprego entre as pessoas da faixa etária o mais alto entre os países.

Aliás, o Brasil apresentou taxas de desemprego inferiores à média dos demais países em todos os níveis. Em 2014, a taxa de desemprego entre os indivíduos de 25 a 64 anos era 4,5% entre aqueles com nível inferior ao ensino médio; 5,6%, com ensino médio completo e 2,9% com educação superior. As médias dos países da OCDE eram, respectivamente, 12,8%, 7,7% e, 5,1%.

Parte dos entrevistados estão sem trabalho e fora da escola

Outro dado que chama a atenção é que grande parte da juventude brasileira (20%), entre os 15 e 29 anos, permanece entre os que nem estudam nem trabalham, grupo conhecido como “nem-nem”. Apesar de estar acima da média da OCDE, de 16%, o valor é semelhante ao de outros países latino-americanos como o Chile (19%), a Colômbia (21%) e a Costa Rica (19%).

Mesmo diante desses resultados preocupantes sobre estudo, o relatório mostra que as novas gerações têm avançado mais na escolaridade em comparação com os mais velhos. No Brasil, enquanto apenas 28% dos indivíduos entre 55 e 64 anos concluíram o ensino médio, o percentual aumentou para 61% entre os de 25 a 34 anos. No geral, o índice de conclusão do ensino médio é aquém da média dos demais países.

Segundo a OCDE, analisar as taxas de conclusão de diferentes gerações é uma maneira de entender de que forma os sistemas educacionais têm se expandido no mundo.

O Brasil também aumentou a parcela da população com um diploma de ensino superior. Entre 2009 e 2013, a parcela da população com idade entre 25 e 64 anos que concluiu o ensino superior passou de 11% para 14%. Ainda assim, o nível está abaixo da média, de 34%, e das taxas de outros países latino-americanos, como o Chile (21%).

PNE prevê que 33% da população esteja matriculada no ensino superior

De acordo com o Plano Nacional de Educação (PNE), sancionado em 2014, pelo menos 33% da população de 18 a 24 anos deve estar matriculada no ensino superior até 2024. Além disso, o documento prevê que, em dez anos, 85% dos jovens de 15 a 17 anos devem estar matriculados no ensino médio.

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