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Mercado aquecido para o marketing

Uma grande empresa de recursos humanos e recolocação profissional publicou um estudo em 2013 apontando que a carreira de marketing está em alta no mercado brasileiro. Isso é interessante na medida em que o marketing já estava – no meu ponto de vista – em sua fase de maturação, ou seja, acompanhando o mercado de trabalho de forma vegetativa refletindo o crescimento / surgimento das empresas numa demanda que poderíamos chamar de normal.

No entanto, as profissões (que vou chamar de) estabilizadas (que são aquelas que não são novas e acompanham a demanda natural do mercado e da sociedade) tem o “hábito” de passar por explosões ou depressões de demanda conforme algumas circunstâncias.

Recentemente tivemos um fenômeno assim com a engenharia – após alguns anos de ostracismo – em função do pico imobiliário no pais.

Foto: © Depositphotos.com / BrianAJackson

Entendendo as razões para atender a demanda

O mais importante quando o profissional (ou o candidato a) tem contato com a informação que sua profissão está em alta é saber porque e principalmente checar o quanto ele está apto para atende-la.

Nas informações fornecidas pelo estudo, apontava-se que tanto o profissional do B2C (voltado ao consumidor final) quanto do B2B (voltado para empresas) estavam em alta. Isso me chamou atenção porque o B2B foi (e ainda é um tanto) uma espécie meio oculta no marketing pois sem grandes campanhas e sem a exposição que a mídia proporciona, profissionais desse mercado ficavam meio reclusos ao próprio ambiente dos negócios entre empresas. E vejo essa chamada de atenção do estudo ao B2B como algo positivo e indicador de maturidade em nosso mercado. Principalmente porque a procura está mais intensa em profissionais com a capacidade de desenvolvimento de negócios fazendo quase que um marketing “de origem”, tomando por base a clássica definição de que marketing tem como preceito a facilitação de negócios. Mas sempre gosto de fazer um comentário sobre o desafio do B2B: por tratar de empresa para empresa, o produto oferecido deve atender a critérios técnicos – leia-se frios. Assim os negócios entre empresas deveriam ser decididos apenas por planilhas. Mas, exemplifico que: é CNPJ comprando de CNPJ, mas quem apresenta é CPF em contato com outro CPF que tomará a decisão. Assim, o desafio do B2B é ir além da questão técnica, pois essa só permite que ele entre no jogo. A decisão está em elementos de difícil mensuração prática tais como histórico, confiança, segurança, etc. Portanto não se esqueça das questões humanas ao “marketear” no B2B.

E no varejão?

Já no B2C as exigências são outras. Segundo o estudo as especializações mais procuradas estavam em mídias sociais, interação com o consumidor, BI e gerente de produto. Para poder ter mais espaço para falar sobre o Business Inteligence e o gerente de produto, vou expressar só um comentário de mídias sociais e interação: tem muita empresa e muita campanha que usa todas as técnicas, vira meme, viral, todo mundo sabe, curte, “laika” mas… vender já não vende tanto assim. A relação exposição x venda não é direta mas tem muita gente achando que é. Portanto, cuidado, atenção e critério. E paro por aqui.

Agora vamos de BI: aí está algo que deveria ser básico em todas as empresas e por duas razões:

1. Para ter BI precisa ter dados e é impressionante como as empresas e o mercado brasileiros são carentes de dados.

2. Dados que não são transformados em informações servem apenas para fazer gráficos bonitos.

Assim, um bom BI traz dados para a empresa, transforma isso em informação através da interpretação desses dados e faz algo que os computadores ainda não fazem: pensar. É fascinante extrair informações de números, fatos e tendências. Isso representa o aproveitamento de oportunidades antes da concorrência e quando seu consumidor está de guarda baixa. Isso quer dizer vendas. Aprendi com um parceiro a usar o BI para tudo e reconheci os benefícios de uma decisão – mesmo que de ordem qualitativa ou conceitual – baseada em BI é de valor extremo. Há muito tempo uso planilhas para tomadas de decisão, com os fatos e seus pesos, montando um panorama de muita clareza.

E para fechar, o gerente de produtos. Houve época que gerente de produto era aquele na empresa que sabia tudo do produto e tudo do cliente. Quer mais o que? Mas por razões difíceis de explicar, isso andou meio em baixa. Talvez por que exija um certo tempo de casa (para obter e entender as informações), talvez porque o cargo não era em forma de sigla que começava com C. Saber tudo do produto exige tempo pois desce aos detalhes e mais ainda quando se tem que saber tudo do cliente – que é muito mais mutável e sensível a oscilações. Um gerente de produto é aquele que passa briefings consistentes, que enxerga oportunidades de fidelização por méritos do produto, dentre outros. É por isso que fiquei feliz quando essa era uma das especializações em alta, pois isso aponta na direção de um trabalho mais consistente do que se tem visto por ai com ações baseadas somente no furor que elas podem causar.

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