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Pesquisa aponta motivos para a pouca adesão ao home office no Brasil

Conservadorismo é o principal motivo apontado pelas empresas entrevistadas

iStock.com / nd3000 A dificuldade de gerir problemas à distância é um dos motivos pelos quais empresas não adotam o home office.

Na busca por mais qualidade de vida, muitos profissionais têm optado por fazer home office. Fugir do trânsito pesado ou dos ônibus lotados, aumentar a produtividade e promover o equilíbrio entre vida profissional e trabalho são outros motivos que fazem desta modalidade uma alternativa interessante.

As empresas também acabam ganhando com isso, pois economizam água e energia elétrica e, dependo da estrutura, dispensam a necessidade de aluguel de salas comerciais.

Entretanto, os benefícios claros ainda não convenceram o mercado como um todo. De acordo com levantamento realizado pela SAP Consultoria RH, apenas 37% das corporações do país já permitem que seus funcionários trabalhem de casa. Desse total, apenas um em cada 13 profissionais, ou seja, 7%, praticam o home office de maneira efetiva.

O resultado é somente um ponto percentual maior do que o registrado em 2014, ano em que foi realizada a primeira edição do levantamento.

As empresas de pequeno porte são as mais receptivas à prática. Pelos resultados, enquanto 45% das que possuem entre 101 e 1.000 funcionários adotam o home office, apenas 6% das que empregam mais de 10.000 pessoas seguem o mesmo caminho.

O faturamento também influencia na adesão: 39% dos profissionais que trabalham em empresas que contabilizam até 100 milhões de reais fazem home office e só 14% dos que atuam em empresas com receitas acima de 2,5 bilhões de reais têm permissão para trabalhar fora do escritório.

Vantagens e desvantagens do home office

Ainda de acordo com a pesquisa, as empresas aderiram ao home office com o objetivo de atrair colaboradores (89% das respostas), otimizar processos internos (87%), reter talentos (85%), usar o recurso para viabilizar ou manter planos e estratégias de negócio (74%) e para enfrentar períodos de crise econômica (66%).

Em 32% das organizações entrevistadas, há incentivos para que os funcionários usem seus próprios equipamentos, como notebooks, computadores, smartphones e tablets.

Já as que ainda não se renderem à prática do home office alegaram conservadorismo por parte da direção (43%), segurança da informação (38%), problemas legais (38%), dificuldade de gerir atividades em ambiente externo (36%) e barreiras de infraestrutura (29%).

Na opinião de Ariane Abreu, Diretora Comercial da Total IP – soluções integradas de voz e e-mail para contact centers, existe uma cultura no Brasil na qual o responsável deve sempre acompanhar de perto sua equipe. “Qualquer cenário contrário traz um sentimento de desconforto, também temendo outras distrações em casa, como TV e familiares”, opina.

O estudo ouviu mais de 300 companhias de diferentes segmentos, entre setembro de 2015 e março de 2016. A SOBRATT (Sociedade Brasileira de Teletrabalho e Teleatividades), a ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos), a BRASSCOM (Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação) e o GCONTT (Grupo de Consultoria em Teletrabalho) apoiaram o levantamento.

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