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Na hora de contratar o melhor é optar por quem sabe o que não fazer

Quem identifica a pior opção consegue enxergar melhor os obstáculos e enfrentar crises

© Depositphotos.com / Sepy Ao saber como uma situação pode piorar, o profissional se torna mais cauteloso.

Em certas empresas o processo seletivo vai além da escolha do currículo e das entrevistas com o recrutador e o gestor da área. Antes de ser realmente selecionado, o candidato precisa fazer um teste, explicando como solucionar determinado problema apresentado pela empresa. Porém, um estudo recente pode fazer com que esta fase do processo passe por algumas alterações.

No estudo “Knowing What Not to Do is a Critical Job Skill: Evidence from 10 Different Scoring Methods” (“Saber o que não fazer é uma habilidade de trabalho: Evidências de 10 Diferentes Métodos”, em tradução literal), os pesquisadores Steven E. Stemler, Varun Aggarwal e Siddharth Nithyanand defendem que o profissional mais bem preparado é aquele capaz de identificar a pior solução para um problema.

Stevem Stemler, que é professor de psicologia da Universidade de Wesleyan, explicou no texto publicado no International Journal of Selection and Assessment que candidatos com esse talento são dotados de inteligência prática, o que inclui saber como fugir de armadilhas e potenciais crises.

Como foi desenvolvido o estudo

Para fazer a avaliação, os pesquisadores selecionaram executivos de empresas indianas e deram a eles algumas situações acompanhadas de alternativas, pedindo para que eles escolhessem as melhores e as piores alternativas.

Ao comparar as respostas com os dados do desempenho dos participantes, os pesquisadores não encontraram nenhuma correlação estatisticamente significativa entre o bom desempenho dos trabalhadores e a escolha das melhores respostas. Por outro lado, encontraram uma correlação entre o bom desempenho e os executivos que escolheram a pior alternativa, o que levou à conclusão do estudo.

Pelos resultados, os gestores aumentariam em 10% as chances de contratar alguém com bom desempenho. “Na vida real, as melhores soluções variam de acordo com o contexto, a cultura corporativa e outros fatores, de modo que a escolha de uma única solução num teste não é tão significativa. Por outro lado, em toda indústria parece haver um consenso claro sobre o que vai colocar você em problemas”, disse Stemler.

O professor comenta ainda que existe uma diferença entre saber qual é a coisa errada a se fazer e ser capaz de evitar esse resultado. “A primeira coisa que as pessoas tendem a fazer em todas as situações é pensar na solução ideal. Mas o que acontece quando essa opção não é realista ou inviável, devido a certas limitações? Neste caso, você tem que começar a avaliar todos as alternativas”, completou.

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